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Sindicato dos Administradores no Estado do Rio Grande do Sul

O DESAFIO DE UMA GESTÃO

O DESAFIO DE UMA GESTÃO - O SINDAERGS – Sindicato dos Administradores no Estado do Rio Grande Sul, representa os Administradores gaúchos.

Existem muitos desafios para realização de uma gestão de resultados, seja do negócio em si, de pessoas ou qualquer outro desafio que se apresente. Nada muito difícil desde que se tenha disciplina de propósitos e métodos bem definidos.

Alguns são imprescindíveis. Conhecimento do ambiente e dos processos que tens que resolver, dominar os dados, diagnosticar, decidir e realizar. Isto, por si só não garante o resultado, mas se o diagnóstico for certo, a probabilidade de acerto torna-se real.

Nos dias de hoje, sem entrar no mérito ideológico ou circunstancial que possa influenciar em uma decisão, o domínio do negócio é fundamental. O Grêmio, por exemplo, tinha que buscar equilíbrio financeiro, pois não existe atividade no mundo que sobreviva sem sobressalto e insegurança, se não tiver capacidade de pagamento.  Este ponto foi o primeiro a ser ajustado, ou seja, nos adaptarmos ao fluxo de receitas consolidadas, passando a não contar com o plus de desempenho, levando em conta um orçamento real, factível e subestimado, com viés de cumprimento equilibrado no exercício, deixando o ajuste para o fluxo de caixa em controles mensais.

Além disso, olhar para dentro do nosso negócio e ver que a formação é estratégica para o desempenho no campo e financeiro. Formar jogadores que nos dão desempenho técnico e ganhos financeiros ali na frente é uma fórmula salvadora antes de um desempenho autossustentável. O Grêmio adotou como política não vender imediatamente as promessas, salvo algumas exceções por contextos e vontades que fugiram ao nosso controle, mas primeiro tirou ganhos técnicos e depois realizou este resultado, sendo bom para o clube e para o atleta. Esta fórmula nos ajudou, em muito, nos campeonatos ganhos e por consequência no aumento do quadro social e nos nossos varejos.

Claro, tudo isso decidido em um ambiente de governança compartilhada. O Grêmio opera através de um Conselho de Administração que define as ações estratégicas do clube. Um Gerente Geral que comanda todas as ações executivas juntamente com os demais gerentes de cada área, todos profissionalizados. Conta, também, com assessores políticos, de modo que exista representatividade do pensamento do clube, que não prescindi de um ambiente político pela sua própria natureza. Negar isto, sem sombra de dúvida, revelará um ambiente com riscos de instabilidade de relacionamento politico. Em resumo, tudo muito profissional, mas com tempero de bom senso político, que sempre foi a receita de sucesso em um ambiente tão público quanto o futebol.

Este cenário sofreu um enorme risco na pandemia. Com a paralisação do futebol tivemos que montar uma estratégia de enfrentamento. A primeira foi de três meses, onde suspendemos e repactuamos contratos, diferimos salário, controle de pessoal com suspensão e utilização dos mecanismos ofertados pelo governo, com o objetivo de equalizar a receita previstas as despesas contratadas.  Prorrogou-se por mais três meses as medidas, aprofundando alguns diferimentos. O final do exercício de 2020, obtivemos um superávit na execução orçamentária na casa de 20 milhões de reais. Somente dois clubes brasileiros tiveram este resultado, um foi o Grêmio.

Para nós, cada vez mais claro, boa estatística, boas informações, bons processos decisórios compartilhadas, decisão tomada e execução eficiente são sequências obrigatórios em processos de gestão.

Mas de tudo, o que mais importa nestes ambientes, para que eles sejam produtivos e a atividade vencedora está o respeito às pessoas. Nada mais importante do que dar voz e vez a quem quer opinar. Nada mais relevante do que o respeito humano e sua condição participativa. Relações de interesse sem mecanismos de participação é receita de fracasso. Por fim, nunca seja econômico em se explicar publicamente dos seus objetivos. Se eles forem bem entendidos e os resultados aparecerem, esta formula responde ao que mais relevante existe nas relações, ou seja, confiança.

Respeitar a dignidade humana individualmente é a grande chave de sucesso em uma corporação, o resto se depura naturalmente nos processos.

ROMILDO BOLZAN JÚNIOR

PRESIDENTE DO GRÊMIO