É sabido, tanto pelo senso comum, quanto pela literatura científica na área de gestão de pessoas, que os resultados a médio e longo prazo de toda e qualquer organização estão relacionados com a saúde psicológica e com as variáveis de bem estar dos seus funcionários, de todos os níveis hierárquicos. Pessoas que apresentam uma saúde psicológica tornam-se mais produtivas, menos conflitivas, tem uma comunicação interpessoal mais assertiva, percebem e lidam com as demandas do trabalho de uma forma mais tranquila e eficaz. Além disso, são menos reativas aos problemas e conseguem ter auto controle. Cabe dizer que quando falamos em saúde psicólogica, não estamos apenas falando da ausência de transtornos e sintomas, mas sim, de um modo de funcionar na vida mais pleno, mais tranquilo, e que utiliza todas as potencialidades que uma pessoa pode ter.

Pois bem, esse modo descrito acima é a felicidade. Não estamos aqui falando da felicidade utópica, romântica, metafísica, não estamos falando do ideal de felicidade plena e absoluta que muitos buscam alcançar em algum momento derradeiro da vida. Essa felicidade é em absoluto uma ilusão, que justamente por ser uma ilusão, causa frustração, desmotivação e adoece. Estamos aqui falando da felicidade possível e objetiva, que é compatível com a natureza do ser humana. Como é essa felicidade?

Essa felicidade viável e plausível é, acima de tudo, momentânea e é o resultado de uma construção ativa e pessoal de um repertório comportamental específico, composto por comportamentos, atitudes, pensamentos e verbalizações. A felicidade possível é uma construção pessoal de um repertório comportamental específico, que não é inato ao ser humano, mas que pode e deve ser aprendido ao longo da vida. Ele

pode ser aprendido por qualquer pessoa que esteja desempenhando suas funções laborais em qualquer tipo de organização, e muda a forma como as pessoas lidam com as demandas e adversidades que são inerentes ao mundo do trabalho. Quando em uma organização as pessoas possuem um repertório comportamental que permite e constrói a felicidade viável, temos ganhos múltiplos. As pessoas ganham, pois, isso favorece sua saúde psicológica e física. A organização ganha pois o trabalho é executado de forma mais leve, colaborativa e eficaz, sem perda de recursos e tempo. Se evita o retrabalho e ações corretivos que desviam a atenção do core business da organização.

Dra. Debora Frizzo
Psicóloga CRP: 07/06810