DESCOBERTAS INESPERADAS

Esse período de Pandemia que vivemos, virou de cabeça para baixo nossas vidas e nossos hábitos. Tivemos que aprender cuidados sanitários que não estávamos acostumados e muitos deles, nem sequer tínhamos noção de sua importância permanente, independente da Pandemia.
Muitos de nós, em algum momento da vida profissional, sonhávamos com a ideia de trabalhar em casa. De sermos donos do nosso tempo, sem uma supervisão ocular de nossa chefia. Era um sonho meio poético, porque ao fim e ao cabo, protelávamos sua viabilidade, ou porque não havia essa disposição das empresas nas quais trabalhávamos em adotar esse modelo, ou porque queríamos manter mesmo na dimensão de sonho.
Logo que iniciou o Isolamento Social e o fechamento de empresas, todos ficamos desnorteados, tanto pelo receio com a Pandemia, quanto pela impossibilidade de desenvolver nossas atividades profissionais.
Aquelas atividades profissionais que não exigem contato físico direto com o público, como desenvolvimento de sistemas, consultorias, vendas diretas, e-commerce, agências de publicidade, operadores de tecnologia e outros, começaram a modelar suas operações de outra forma. Profissionais em casa, no chamado Home Office, começaram a descobrir que sim, era possível manter o relacionamento com clientes, criar produtos com tecnologia, realizar vendas, auxiliar seus clientes na divulgação de seus produtos e serviços.
Um caso bastante emblemático se deu no segmento de ensino, no básico, fundamental e médio. Algumas Universidades no Brasil já operam na modalidade EAD, mas para essas faixas de ensino das escolas, ainda não havia sido experimentado.
De uma hora para outra os professores de salas de aula presencial, sem nenhum know-how, tiveram que aprender ‘na marra’ habilidades de como passar conteúdos e como manter uma turma que às vezes chega a quarenta alunos online, animada e interessada. Foi uma grande descoberta para os professores, alunos, pais e escolas. Ainda tem uma série de ajustes a serem feitos, o que não poderia ser diferente.
E as empresas? As que nunca haviam experimentado esse modelo com colaboradores remotos, ou tinham poucos profissionais com esse formato, tiveram que derrubar paradigmas e crenças não por convicção, mas por sobrevivência. Isso no primeiro momento.
Passada a etapa choque para ajustar a operação com profissionais acessados remotamente, algumas questões passaram a frequentar as mesas e mentes dos gestores.
Se estamos conseguindo manter a operação, vendendo, atendendo clientes, desenvolvendo nossos produtos, porque temos que ter sedes suntuosas e caras? Porque mantemos uma infraestrutura, tecnologia, mobiliário, custos condominiais e outros tantos custos para entregarmos praticamente a mesma coisa?
Já os profissionais que foram para essa modalidade, descobriram que é perfeitamente possível ter uma produtividade à contento, com substanciais ganhos de qualidade na sua vida pessoal, não precisando mais se deslocar por transporte coletivo ou próprio, conseguindo prover a si uma alimentação mais equilibrada e também de melhor qualidade, e organizando melhor seu dia.
Mesmo nas nossas relações mais íntimas com parentes e amigos, tivemos que descobrir como tentar diminuir a carência e o sentimento de distância. Para tanto, estão disponíveis inúmeros recursos de tecnologia de comunicação.
O certo é que novas descobertas estão a caminho, mesmo que ainda não as percebamos.
Claudio Fonseca
Consultor CX – Customer Experience